São Paulo
MANIFESTO 2023
A Marcha da Maconha tá fazendo 15 anos nas ruas de SP! De 2008 pra cá, muita coisa mudou, no Brasil e no mundo. O racismo, a corrupção e a hipocrisia da guerra às drogas enganam cada vez menos pessoas. A legalização já é uma realidade em muitos países - e também em vários momentos da nossa vida, como na Marcha. Tentaram proibir a própria Marcha da Maconha, mas respondemos com resistência, diversidade e desobediência. É essa luta organizada desde baixo que diminuiu o preconceito, mostrou que o consumo é um direito e propagou o uso terapêutico da maconha, do quintal ao SUS. Por outro lado, muita coisa segue igual - ou até pior. Com a desculpa de “combate ao tráfico”, o Estado rouba a vida e os sonhos de pessoas negras e periféricas todos os dias no Brasil, seja pelo assassinato, pela prisão ou pela internação forçada.
Não é tragédia, é projeto.
É por isso que nossa luta não é só sobre maconha, nem só sobre quem usa. Essa guerra atravessa a sociedade inteira. E por que não legalizar? Por que seguir obedecendo leis injustas? Quantos mais precisarão morrer ou ir pra cadeia? O antiproibicionismo - a luta organizada pelo fim da proibição de todas as drogas - é uma questão de classe, raça, gênero e diversidade. Pessoas de todos os tipos usam e vendem drogas, mas só uma parte é chamada de nóia ou é criminalizada. Contra o estigma e o negacionismo da ciência, o antiproibicionismo é uma agenda positiva para reduzir a desigualdade, o racismo e a violência.
Lutamos por justiça, liberdade e reparação. É pra frente que se marcha.
#LegalizaLogoSaporra